Olá
amigos!
Venho
através desse texto, expor algumas questões sobre o Candomblé, religião que me
completa, que amo, sigo e pratico. Tenho minha religião como fonte de vida,
amor, fé, verdade e formação do caráter e da dignidade, ou seja, para o homem
em sua vida de forma ampla e geral.
Ao meu ver, Deus é único. Existem muitos caminhos religiosos, que são escolhidos por cada pessoa para chegar até ele, e todos esses caminhos, sem exceção, devem ser respeitados.
Vivemos em um estado LAICO e todos os seres humanos possuem o direito, este defendido pela lei, de escolher a religião a qual quer professar e seguir.
Na
história da humanidade, tivemos alguns acontecimentos em momentos distintos,
onde a crueldade e situações desumanas prevaleceram fortemente! A Segunda
Guerra Mundial trouxe o massacre ao povo judeu de forma cruel e desumana, onde
países como Alemanha, pagam indenizações até os dias atuais para os judeus. No
entanto, em minha opinião, o período mais desumano da humanidade foi a
escravidão imposta aos negros trazidos forçadamente de várias partes do
continente africano.
O
Brasil foi o país que mais recebeu negros, que vinham primeiramente da África
Sul Equatorial (Angola, Congo, Cabinda, Moçambique e etc...) e depois os homens
que faziam as capturas dos negros foram subindo até chegar na antiga Benin,
hoje Nigéria e também em outras regiões, como por exemplo onde viviam os povos
Daomeanos.
Pois
bem, mesmo a escravidão sendo o período mais triste e vergonhoso da humanidade,
que durou cerca de 330 anos, nunca houve nenhuma indenização paga ao povo
negro, apenas um pedido de desculpa do Papa João Paulo II no final do século
passado "pelo tratamento aos negros e índios". Referente aos judeus,
além das indenizações que citei acima pela Alemanha, o VATICANO a algum tempo atrás
se desculpou publicamente com maior ênfase por sua omissão no período da
Segunda Grande Guerra em defesa dos judeus, e esse período de guerra durou
cerca de seis anos, muito menor que o período da escravidão (330 anos), onde a
condição de escravo abrangeu cerca de seis gerações de negros.
Após
o fim da escravidão e a "libertação" do negros, os mesmos continuavam
sobre o domínio e manipulação dos brancos, sofrendo com questões racistas e
preconceituosas, sem sequer poder exercer sua religião sem a perseguição do
branco, onde eram obrigados a inventar situações CATÓLICAS dentro de suas casas
religiosas para não serem presos e espancados pela "polícia branca" e
pessoas racistas e preconceituosas. Adaptaram imagens de santos católicos,
roupas da moda baiana da época, orações e etc.... para com isso, ludibriar os
perseguidores e poder manter suas casas abertas.
Falei tudo isso, pois em MINHA OPINIÃO, esse tipo de atitude já não nos cabe mais, porém muitas adeptos das religiões de matrizes africanas continuam fortemente mantendo a igreja católica dentro de suas casas de Candomblé..... Lembro que no período da escravatura, os padres católicos obrigavam através de chibatadas que os negros e também os índios se convertessem ao catolicismo, sem se importar com a vontade, tradições e costumes desses povos em cativeiro. E o mais absurdo é que até os dias atuais o preconceito e discriminação continuam contra o povo negro e contra o povo de Candomblé, porém hoje muito mais claro por parte dos evangélicos.
Falei tudo isso, pois em MINHA OPINIÃO, esse tipo de atitude já não nos cabe mais, porém muitas adeptos das religiões de matrizes africanas continuam fortemente mantendo a igreja católica dentro de suas casas de Candomblé..... Lembro que no período da escravatura, os padres católicos obrigavam através de chibatadas que os negros e também os índios se convertessem ao catolicismo, sem se importar com a vontade, tradições e costumes desses povos em cativeiro. E o mais absurdo é que até os dias atuais o preconceito e discriminação continuam contra o povo negro e contra o povo de Candomblé, porém hoje muito mais claro por parte dos evangélicos.
Não
vemos católicos ou evangélicos procurarem o Candomblé para batizar seus filhos!
Não vemos um católico ou evangélico louvar ou festejar um Orisá, Nkisi ou
Vodun, mas vemos muitos de nós batizar seus filhos na igreja e louvar os santos
católicos nas casas de candomblé ou festejar e homenagear nas datas consagradas
aos mesmos. Antes, a lavagem das escadas do Bonfim era um ato obrigatório aos
negros, deixar tudo limpo para os padres e hoje que temos o direito de praticar
nossa religião, essa lavagem do Bonfim virou festa, tradição para muitos do
candomblé!
Muitas casas, após a iniciação de seus Yaos, Azenza ou Vondunci, têm como tradição levar os iniciados para assistirem uma missa. Será que um pastor ou um padre, após suas formações, iriam assistir um culto em uma casa de candomblé?
Muitas casas, após a iniciação de seus Yaos, Azenza ou Vondunci, têm como tradição levar os iniciados para assistirem uma missa. Será que um pastor ou um padre, após suas formações, iriam assistir um culto em uma casa de candomblé?
TRADIÇÃO
NÃO É IMPOSIÇÃO..... AQUILO QUE FEZ MUITO MAL AO NOSSO POVO NO PASSADO, QUE LHE
ERA IMPOSTO, OBRIGADO, NÃO DEVERIA DE FORMA ALGUMA TER SE TRANSFORMADO EM
"TRADIÇÃO".
Nossos
ancestrais que sofreram e morreram pela escravidão concordariam com isso? Será
que com essas atitudes, estamos honrando a memória e toda luta e dificuldade
dos mesmos??
Sou
Candomblecista por amor, por opção e devoção...... Cultuo Nkisi e Mukixi por
minha nação e raiz,
e
não tenho a igreja dentro da minha casa e principalmente não tenho a igreja
dentro de mim!
MINHA
OPINIÃO E SEGUIMENTO.....
3 comentários:
Faço suas minhas palavras. Entendo que em respeito a ancestralidade de determinadas casas ainda se use alguns costumes cristãos, e que através deles o candomblé persistiu. Porem precisamos nos posicionar. Nunca conseguiremos olhares respeitosos, nem uma posição se ficarmos escondidos nessa fusão que o sincretismo foi.
Maku iu tata adoro seu blog! Continue nos presenteando esse ano
Faço suas minhas palavras.
Concordo plenamente com tudo que disse.
Meus respeito.
A benção!
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